segunda-feira, 4 de julho de 2016

Explanação 2 - Carta para Shimoyama

Budismo do Sol
Iluminando o mundo

Brasil Seikyo, Edição 2324, 21/05/2016 / Encontro com o Mestre

Escrito 2: Carta para Shimoyama

A religião existe para a felicidade das pessoas

Introdução

Junho é o mês do nascimento do presidente fundador da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi. E também este é o ano [2015] do 85º aniversário da publicação de sua teoria pedagógica da criação de valor [que assinala a fundação da Soka Gakkai].

Proeminente educador, o professor Makiguchi devotou a vida à educação humanista, com o foco na felicidade das crianças e na consolidação de uma sociedade que realmente valorize a educação. O espírito budista de prezar cada indivíduo e de acreditar no potencial positivo de todas as pessoas compôs a base de seus esforços.

O ser humano é o
ponto de partida, e
a felicidade, o objetivo

Nas escolas Soka e Universidade Soka — a cristalização do grande desejo do professor Makiguchi —, estabeleceu-se a tradição de se valorizar o propósito da educação. Tenho certeza de que tanto Makiguchi como seu discípulo, o segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, ficariam encantados em ver como as instituições de “criação de valor” estão se desenvolvendo a cada ano.

Em todos os empreendimentos, o propósito é uma questão muito importante. Aqueles que o possuem como ponto de partida são fortes. Eles conseguem manter seu curso, mesmo quando se deparam com os problemas mais complexos.

Shakyamuni, o fundador do budismo, e Nichiren Daishonin, que surgiu nos Últimos Dias da Lei, também travaram batalhas contínuas em busca do propósito da religião.

Em última análise, a religião deve existir em prol da paz e da felicidade de todos os seres humanos. Essa também é a essência do Sutra do Lótus e dos escritos de Nichiren Daishonin, os quais podem ser considerados escritos para toda a humanidade. A filosofia que brada a suprema dignidade e valor de todas as pessoas é o grande tesouro da humanidade.

Os seres humanos sempre devem ser o ponto inicial, e sua felicidade, o objetivo.

O professor Makiguchi, educador que buscava a felicidade das crianças, encontrou-se com o Budismo Nichiren aos 57 anos. A partir desse momento, levantou-se com o grande juramento pela felicidade de cada pessoa, travando uma luta incansável como praticante do Sutra do Lótus.

A felicidade de todas as pessoas, ou seja, o estabelecimento de uma religião em prol do bem-estar dos seres humanos, é uma linhagem desde Shakyamuni, Sutra do Lótus, Nichiren Daishonin, Makiguchi sensei até a Soka Gakkai atualmente. Essa é também a linhagem da revolução religiosa — o combate à natureza demoníaca que causa o sofrimento humano.

Nesta parte, estudando o escrito de Nichiren Daishonin Carta para Shimoyama, ratifiquemos essa relação, a linhagem do humanismo budista que pulsa na Soka Gakkai.

Escrito 2: Carta para Shimoyama

Esses grandes eruditos [como Maitreya, Manjushri, Ashvaghosha­, Nagarjuna, Asanga e Vasubandhu do segundo período de quinhentos anos dos Primeiros Dias da Lei] não somente compreendiam o significado profundo do Sutra do Lótus, mas também sabiam que a época da propagação do Sutra do Lótus ainda não havia chegado. E como ainda não tinham recebido a ordem do Buda para expor essas doutrinas grandiosas, apesar de as preservarem em sua mente, não permitiam que sua boca as proferissem. (...)

Com o início dos mil anos dos Médios Dias da Lei, o budismo gradativamente se propagou da Índia para a China e o Japão. O Buda, o Mundialmente Reverenciado, confiara expressamente a primeira parte do Sutra do Lótus, os catorze capítulos que compõem o ensinamento teórico, aos bodisatvas do ensinamento teórico, como o bodisatva Rei dos Remédios, e aos bodisatvas de mundos diferentes deste nosso. Esses atos foram uma espécie de prelúdio do surgimento dos grandes bodisatvas que emergem da terra no início dos Últimos Dias da Lei para ensinar todos os seres vivos deste continente de Jambudvipa [o mundo inteiro] a recitar os cinco ideogramas do Nam-myoho-renge-kyo, o âmago do capítulo “A Extensão da Vida” do ensinamento essencial.

Os designados para propagar o ensinamento teórico eram pessoas como Nanyue, Tiantai, Miaole e Dengyo.

Agora, o mundo entrou na era em que o bodisatva Práticas Superiores e os outros de seu grupo estão destinados a realizar seu advento. Até mesmo eu, com meus olhos incultos, percebo os sinais de que isto está prestes a acontecer. (WND, v. II, p. 687-688)

O Sutra do Lótus é o ensinamento para os Últimos Dias da Lei

Trecho 1 do Gosho

Esses grandes eruditos [como Maitreya, Manjushri, Ashvaghosha, Nagarjuna, Asanga e Vasubandhu do segundo período de quinhentos anos dos Primeiros Dias da Lei] não somente compreendiam o significado profundo do Sutra do Lótus, mas também sabiam que a época da propagação do Sutra do Lótus ainda não havia chegado. E como ainda não tinham recebido a ordem do Buda para expor essas doutrinas grandiosas, apesar de as preservarem em sua mente, não permitiam que sua boca as proferissem. (WND, v. II, p. 687-688)

Nichiren Daishonin redigiu a presente carta em nome de seu discípulo Inaba-bo Nichiei em junho de 1277, e a endereçou a Shimoyama Hyogo Goro Mitsumoto, administrador do distrito de Shimoyama [próximo ao Monte Minobu], na província de Kai (atual província de Yamanashi).

Na época, o Japão enfrentava a ameaça iminente de um segundo ataque do exército mongol. Num período tenso e incerto como aquele, Daishonin enfatizou reiteradamente a importância de se despertar para o correto ensinamento do budismo.

Nichiei, sacerdote budista do templo Heisen-ji [o templo da família Shimoyama no distrito de Shimoyama], tornou-se discípulo de Daishonin por meio dos esforços de propagação de Nikko Shonin,1 e [em vez de recitar o Sutra Amida do ensinamento Nembu­tsu como fizera anteriormente] começou a recitar a parte em verso do capítulo “A Extensão da Vida” (16º) do Sutra do Lótus. Isso enfureceu Shimoyama Mitsumoto, patrono do templo e adepto fervoroso da Nembutsu, que expulsou Nichiei de Heisen-ji. Daishonin redigiu esta carta como uma petição para Nichiei apresentar ao administrador. Afirma-se que, em decorrência do esclarecimento prestado, Shimoyama Mitsumoto aceitou os ensinamentos de Daishonin, assim como o restante de sua família.

Quase no fim desta carta, Daishonin descreve-se como “Nichiren, devoto do Sutra do Lótus, mais importante que Shakyamuni, o senhor dos ensinamentos” (WND, v. II, p. 710). Isso representa uma das afirmações mais significativas da vida de Daishonin e é a razão pela qual a Carta para Shimoyama consta entre seus dez principais escritos.2 Nem é necessário dizer que ninguém reverenciava Shakyamuni mais altamente do que Daishonin. Entretanto, levando-se em conta o desafio de propagar o Sutra do Lótus na era posterior à a morte do Buda, o devoto do Sutra do Lótus possuía extrema importância.

Embora este escrito tenha o formato de um relato de Nichiei sobre uma preleção feita por Daishonin em sua residência em Minobu, Daishonin na verdade toma emprestada a voz de Nichiei para expor o significado essencial de se propagar o Sutra do Lótus nos Últimos Dias da Lei.

Nesta carta, Daishonin retrata a história da disseminação do budismo nos Primeiros, Médios e Últimos Dias da Lei, e segue confirmando a excelência do Sutra do Lótus. Além disso, apresentando provas documentais, teóricas e reais, demonstra claramente que, nos Últimos Dias — na condição de alguém que leu o Sutra do Lótus com a própria vida, enfrentando as várias perseguições preditas nele — sua presença tem importância vital muito mais que a de Shakyamuni.

Propagação nos Últimos Dias da Lei — missão dos bodisatvas da terra

Os trechos da Carta para Shimoyama que escolhi como tema nesta parte discutem a propagação do budismo durante os Primeiros, Médios e Últimos Dias da Lei e o surgimento do bodisatva Práticas Superiores [o líder dos bodisatvas da terra].

Para especificar em que ordem seus ensinamentos deveriam ser propagados depois de sua morte, Shakyamuni estabeleceu os três períodos — Primeiros, Médios e Últimos Dias da Lei — e identificou quais ensinamentos deveriam ser propagados e por quem em cada período.

Portanto, na metade inicial dos mil anos dos Primeiros Dias da Lei, os ouvintes da voz Mahakashyapa, Ananda e outros propagaram os ensinamentos Hinayana, ao passo que na segunda metade daquele período de mil anos, Ashvaghosha, Nagarjuna e outros grandes bodisatvas difundiram os ensinamentos Mahayana provisórios. Esses eminentes eruditos budistas de épocas posteriores efetuaram esse trabalho empregando os sutras Mahayana para refutar os sutras Hinayana. Embora possam ter mencionado o Sutra do Lótus em seus tratados filosóficos, mantiveram no coração e não falaram diretamente sobre o ensinamento dos “três mil mundos num único momento da vida”3 — a profunda doutrina exposta no Sutra do Lótus e a verdadeira essência do ensinamento do Buda.

Por que esses grandes eruditos não propagaram o Sutra do Lótus? Nesta carta, Daishonin indica duas grandes razões: (1) Eles “sabiam que a época da propagação do Sutra do Lótus ainda não havia chegado”; e (2) Eles “não tinham recebido a ordem do Buda para expor essas doutrinas grandiosas” (WND, v. II, p. 687).

Em primeiro lugar, não era o tempo propício para que propagassem o Sutra do Lótus, pois este ensinamento fora exposto basicamente para aqueles que vivem nos Últimos Dias da Lei. Nam-myoho-renge-kyo, o âmago do Sutra do Lótus, é o grande ensinamento que habilita todos os seres vivos a atingir a iluminação, até mesmo aqueles aos quais os ensinamentos anteriores do Buda negavam tal possibilidade.

Em segundo lugar, esses bodisatvas não receberam do Buda a instrução para propagar o Sutra do Lótus, pois propagar esse grande ensinamento na era maléfica posterior à sua morte significaria enfrentar dura oposição e perseguição [que eles não conseguiriam suportar]. Essa tarefa foi confiada somente aos verdadeiros discípulos de Shakyamuni do tempo sem início, os bodisatvas da terra.4

Há dois pontos importantes a se observar aqui. Primeiro, o Sutra do Lótus é o escrito para todos os seres vivos da era maléfica dos Últimos Dias da Lei atingirem a iluminação — ou, simplificando, o ensinamento que possibilita aqueles que mais estão sofrendo se tornem felizes. Segundo, é fundamental que não se perca de vista quem possui a missão de propagar o Sutra do Lótus.

Notas

1. Nikko Shonin (1246–1333): discípulo direto e sucessor de Nichiren Daishonin, além de ser o único dos seis sacerdotes seniores que se manteve fiel ao espírito do mestre. Ele se tornou discípulo de Daishonin ainda bem jovem, servindo-o devotadamente e o acompanhando até mesmo no exílio à Ilha de Sado. Quando Daishonin se retirou para o Monte Minobu, Nikko canalizou suas energias nas atividades de propagação na província de Suruga (atual província de Shizuoka), e regiões adjacentes, como a província de Kai (atual província de Yamanashi). Após o falecimento de Daishonin, os outros cinco sacerdotes seniores começaram a se distanciar gradativamente dos ensinamentos de seu mestre. Por essa razão, Nikko decidiu se separar deles. Estabeleceu-se no distrito Fuji em Suruga, onde dedicou o resto de sua vida a proteger e propagar o ensinamento de Daishonin e a instruir e desenvolver os discípulos.

2. Dez principais escritos: tratados formulados por Nichiren Daishonin e posteriormente classificados por Nikko Shonin como seus escritos mais importantes. Em ordem cronológica de elaboração, são: (1) A Recitação do Daimoku do Sutra do Lótus, (2) Estabelecer o Ensinamento Correto para a Pacificação da Terra, (3) Abertura dos Olhos, (4) O Objeto de Devoção para Observar a Mente, (5) A Escolha da Essência do Sutra do Lótus, (6) A Seleção do Tempo, (7) Saldar as Dívidas de Gratidão, (8) Os Quatro Estágios da Fé e os Cinco Estágios da Prática, (9) Carta para Shimoyama, e (10) Perguntas e Respostas sobre o Objeto de Devoção.

3. “Três mil mundos num único momento da vida” (ichinen sanzen, em japonês): sistema filosófico estabelecido por Tiantai da China com base no Sutra do Lótus. Os “três mil mundos” indicam os vários aspectos e fases que a vida assume a cada momento. A cada instante, a vida manifesta um dos dez mundos. Cada um desses mundos possui o potencial para todos os dez dentro de si, perfazendo cem possíveis mundos. Cada um desses cem mundos possui os dez fatores e opera dentro de cada um dos três domínios da existência, totalizando, assim, três mil mundos. Em outras palavras, todos os fenômenos estão contidos dentro de um único momento de vida, e um único momento de vida permeia os três mil mundos da existência, ou a totalidade do mundo dos fenômenos.

4. Bodisatvas da terra: enorme multidão de bodisatvas que emergem da terra, a quem o buda Shakyamuni confia a propagação da Lei Mística, ou a essência do Sutra do Lótus nos Últimos Dias da Lei. São descritos no capítulo “Emergindo da Terra” (15º) do Sutra do Lótus, o primeiro capítulo do ensinamento essencial do sutra (os últimos 14 capítulos). Nesse capítulo, incontáveis bodisatvas de outros mundos pedem permissão para propagar o sutra no mundo saha depois da morte do Buda, mas Shakyamuni rejeita a oferta, dizendo que já existem bodisatvas que realizarão essa tarefa no mundo saha. Nesse momento, a terra treme e se abre, e de dentro dela surge uma multidão de bodisatvas numa quantidade equivalente aos grãos de areia de sessenta mil rios Ganges, cada qual respectivamente acompanhado por um vasto séquito. No capítulo “Os Poderes Sobrenaturais” (21º), Shakyamuni transfere a essência do Sutra do Lótus aos bodisatvas da terra, liderados pelo bodisatva Práticas Superiores, confiando-lhes a missão de propagá-la nos Últimos Dias da Lei.



Budismo do Sol
Iluminando o mundo

Brasil Seikyo, Edição 2325, 28/05/2016 / Encontro com o Mestre

Escrito 2: Carta para Shimoyama

A religião existe para a felicidade das pessoas

Uma era maléfica de calúnia a Lei

Trecho 2 do Gosho

Com o início dos mil anos dos Médios Dias da Lei, o budismo gradativamente se propagou da Índia para a China e o Japão. O Buda, o Mundialmente Reverenciado, confiara expressamente a primeira parte do Sutra do Lótus, os catorze capítulos que compõem o ensinamento teórico, aos bodisatvas do ensinamento teórico, como o bodisatva Rei dos Remédios, e aos bodisatvas de mundos diferentes deste nosso. Esses atos foram uma espécie de prelúdio do surgimento dos grandes bodisatvas que emergem da terra no início dos Últimos Dias da Lei para ensinar todos os seres vivos deste continente de Jambudvipa [o mundo inteiro] a recitar os cinco ideogramas do Nam-myoho-renge-kyo, o âmago do capítulo “A Extensão da Vida” do ensinamento essencial.

Os designados para propagar o ensinamento teórico eram pessoas como Nanyue, Tiantai, Miaole e Dengyo. Agora, o mundo entrou na era em que o bodisatva Práticas Superiores e os outros de seu grupo estão destinados a realizar seu advento. Até mesmo eu, com meus olhos incultos, percebo os sinais de que isto está prestes a acontecer. (WND, v. II, p. 688)

Embora as doutrinas não fossem tão profundas como as contidas no Sutra do Lótus, os ensinamentos provisórios anteriores ao Sutra do Lótus que foram propagados durante os mil anos dos Primeiros Dias da Lei ainda beneficiavam as pessoas. Do mesmo modo, nos mil anos dos Médios Dias da Lei, o ensinamento teórico (primeira metade) do Sutra do Lótus era suficiente para aquela época. Considerava-se que os grandes mestres Tiantai e Dengyo, que surgiram, respectivamente, na China e no Japão, cumpriam as funções de bodisatvas do ensinamento teórico como o bodisatva Rei dos Remédios citados na passagem ao lado. Com base no Sutra do Lótus, Tiantai expôs o princípio dos “três mil mundos num único momento da vida” e estabeleceu uma prática para a pessoa ativar a sabedoria do buda e atingir a iluminação. E Dengyo disseminou os ensinamentos e a prática de Tiantai no Japão. Daishonin descreve esses fatos como um “prelúdio” para o surgimento dos bodisatvas da terra nos Últimos Dias da Lei para ensinar às pessoas o Nam-myoho-renge-kyo, “âmago do capítulo ‘A Extensão da Vida’ do ensinamento essencial” (WND, v. II, p. 688).

Em contraste com os Primeiros e Médios Dias da Lei, os Últimos Dias são o período para o bodisatva Práticas Superiores surgir e propagar o ensinamento essencial (segunda metade) do Sutra do Lótus, e eram evidentes os sinais indicando isso, como afirma Daishonin.

Ele estava se referindo ao fato de que a imensa desordem no mundo do budismo, que caracteriza esse período, já estava em curso. As escolas budistas estabelecidas no Japão haviam perdido de vista completamente o verdadeiro propósito dos ensinamentos do Buda, tinham se esquecido do bem-estar do povo e se voltaram para disputas e rivalidades que efetivamente indicavam “uma era de conflitos e disputas”.1

Os sacerdotes das várias escolas budistas tornaram-se confusos acerca da profundidade e eficácia relativas dos diferentes sutras, e, esquecendo-se da intenção original do Buda, estabeleceram novas escolas conforme seus próprios planos ou inclinações, sem levar em conta a época e a capacidade das pessoas de acreditar e aceitar o budismo. Como se não bastasse, denigriram o Sutra do Lótus, o ensinamento da iluminação universal, levando a Lei pura a se tornar obscura e se perder.2

Mas este é o período no qual a grande Lei pura deve florescer e o bodisatva Práticas Superiores, surgir.

Quem, então, está atuando hoje como o bodisatva Práticas Superiores que prega esta grande Lei pura e conduz todos os seres dos Últimos Dias da Lei a atingir a iluminação? Isso está ligado diretamente à questão sobre quem é o verdadeiro devoto, o praticante genuíno, do Sutra do Lótus nos Últimos Dias da Lei.

Propagar a Lei suportando as dificuldades na era de calúnias

Como se observou anteriormente, o Sutra do Lótus é o ensinamento que possibilita a iluminação de todas as pessoas nos Últimos Dias da Lei. Isso significa que o devoto do Sutra do Lótus deve ser alguém que possui a coragem de se levantar sozinho e continuar se empenhando para propagar o ensinamento correto, sem se deixar abater pela perseguição e outras adversidades, nessa era caluniosa caracterizada por conflitos e disputas. A presença desse devoto é essencial para se abrir o caminho da felicidade para toda a humanidade nos Últimos Dias.

Quando examinamos a reali­dade da propagação do ensinamento correto nessa era, podemos apreciar plenamente a intenção de Daishonin ao descrever a pessoa que se empenha abnegadamente a propagar a Lei Mística como “devoto do Sutra do Lótus, mais importante que Shakyamuni, o senhor dos ensinamentos” (WND, v. II, p. 710).

Embora esta carta em alguns aspectos constitua uma introdução ao budismo e ao Sutra do Lótus, endereçada a Shimoyama Mitsu­moto por intermédio de Nichiei, também nos diz que, a menos que saibamos quem é o devoto do Sutra do Lótus que luta pelo bem das pessoas, não compreenderemos o verdadeiro significado do budismo ou deste sutra. Esse é o motivo pelo qual Daishonin busca esclarecer a questão crucial da identidade dos “sacerdotes arrogantes respeitados como sábios” — o terceiro dos “três poderosos inimigos”3 — que se opõem ao devoto do Sutra do Lótus, bem como a identidade do devoto que desencadeou os ataques de todos esses três inimigos.

Em Carta para Shimoyama, Daishonin aponta os erros não só dos ensinamentos da Terra Pura (Nembutsu), mas também das escolas Zen, Palavra Verdadeira e Tendai no Japão, refutando claramente as asserções equivocadas de cada uma delas. Em particular, ele utilizou um grande trecho da carta para denunciar o sacerdote Ryokan4 da escola Preceitos-Palavra Verdadeira, do templo Gokuraku-ji, em Kamakura. Daishonin descreve em detalhes seu desafio a Ryokan referente às orações pela chuva,5 e citando passagens relevantes das escrituras,6 revela por que as orações de Ryokan fracassaram. Ele discerniu e apontou a verdadeira natureza de Ryokan, oculta por trás da imagem pública de sábio que mantinha os preceitos.

Por que Daishonin foi tão duro em suas críticas a Ryokan? Pelo fato de Ryokan ser o principal responsável pela destruição dos ensinamentos do budismo no Japão, enganando continuamente as pessoas vestindo a máscara de santidade. Vendo-o como real­mente era, Daishonin lhe diz [em Carta para Ryokan do Templo Gokuraku-ji]: “Falso sábio, pessoa de arrogância desmedida, nesta existência com certeza será identificado como um traidor da nação e, na próxima, cairá na região do inferno” (WND, v. II, p. 324). “Falso sábio, pessoa de arrogância desmedida” é a figura religiosa de alta posição, reverenciada pelas pessoas, mas que na verdade só se importa com seu próprio benefício e, por maldade, tenta prejudicar o devoto do Sutra do Lótus. “Sacerdotes arrogantes respeitados como sábios” são os mais perniciosos dos três poderosos inimigos e os mais difíceis de detectar.

Apesar de ostentarem uma aparência de compaixão, essas pessoas na realidade desprezam os outros e distorcem a verdade intencionalmente por interesse pessoal, causando a infelicidade das demais pessoas sem remorso algum. Elas se ressentem dos justos e corretos e, de fato, os perseguem. Não há nada mais maléfico.

A luta do devoto do Sutra do Lótus contra a grande maldade

Daishonin combateu impetuo­samente o mal fundamental que engana e confunde as pessoas em relação à verdade. Ele agiu desse modo para esclarecer quem está propagando e praticando o ensinamento correto exatamente de acordo com o Sutra do Lótus, movido pelo desejo de levar a verdadeira felicidade às pessoas. O único caminho para se construir uma sociedade na qual as pessoas consigam discernir a verdadeira natureza daqueles que fingem ser santos e virtuosos e não ser desencaminhadas por artifícios e simulacros é encorajar cada indivíduo a elevar sua própria condição espiritual.

O Sr. Makiguchi certa vez observou que, se não fosse Daishonin, alguém como Ryokan teria terminado a existência sendo considerado um buda vivo.

Sem a presença de pessoas de sabedoria capazes de enxergar a verdade, os valores se tornam distorcidos, os padrões do bem e do mal se perdem, e a sociedade, manipulada por falsos veneráveis arrogantes, decai.

Citando uma passagem de Carta para Shimoyama,7 o Sr. Makiguchi também declarou que o Sutra do Lótus é um ensinamento que leva as pessoas ao bem máximo, revelando a verdadeira natureza das funções demoníacas que aparentam estar realizando atos de bem menor, mas na realidade constituem fontes de grande mal.8

Como ele aponta, funções demoníacas assumem a aparência de bem menor, o que dificulta para as pessoas discernir sua verdadeira natureza. Essa é a razão pela qual as influências negativas só podem ser vencidas pelo bem maior.

A pessoa que pratica e ensina a verdade do sutra a todos é o devoto do Sutra do Lótus. Carta para Shimoyama oferece um relato detalhado dos esforços de Daishonin como devoto do Sutra do Lótus, narrando acontecimentos de sua vida, como encaminhar o tratado Estabelecer o Ensinamento Correto para a Pacificação da Terra às autoridades, a Perseguição de Matsubagayatsu, sofrer o Exílio em Izu, a Perseguição de Tatsunokuchi e o Exílio em Sado, e ainda seu encontro com Hei no Saemon-no-jo9 após ter sido perdoado.

Essa descrição mostra que ninguém se empenhou mais arduamente em prol da felicidade das pessoas do que Daishonin, e essa é a prova de que ele é o devoto do Sutra do Lótus que lutou contra os poderosos inimigos, inclusive os sacerdotes arrogantes respeitados como sábios.

Ser um verdadeiro praticante, não apenas um crente

Na época atual, a Soka Gakkai está dando continuidade à linhagem de devoto do Sutra do Lótus exatamente de acordo com os escritos de Daishonin.

Na quinta convenção da Soka Kyoiku Gakkai (Sociedade Educacional de Criação de Valor, precursora da Soka Gakkai), em 22 de novembro de 1942, o Sr. Makiguchi declarou:

Devemos traçar uma clara distinção entre crentes e praticantes. Embora seja incontestável que alguém que creia [na Lei Mística] terá suas orações respondidas e muitos benefícios, isso isoladamente não constitui a prática de bodisatva. Não existe algo como um buda egocêntrico que simplesmente acumula benefícios pessoais e não trabalha para o bem-estar do próximo. A menos que realizemos a prática de bodisatva, não poderemos atingir o estado de buda. Dedicar-se a fazer o bem às pessoas com o sentimento de um pai é o que distingue o verdadeiro crente e o verdadeiro praticante.10

Esta passagem revela o discernimento penetrante do Sr. Makiguchi de que a prática do Budismo Nichiren consiste inerentemente na prática de bodisatva, a do devoto do Sutra do Lótus.

Por ter vivenciado o benefício profundo da fé no Budismo de Nichiren Daishonin, o Sr. Makiguchi canalizava intensos esforços nas reuniões de palestra. Ao participar desses encontros, descritos por ele como “reuniões de palestra que oferecem provas experimentais da validade de uma vida de bem maior”, assumia a liderança no trabalho de compartilhar a Lei com as pessoas.

Durante a Segunda Guerra Mundial, segundo um documento oficial com as acusações que levaram o primeiro presidente, Tsunesaburo Makiguchi, a ser preso, mais de 240 reu­niões de palestra foram realizadas pela Soka Kyoiku Gakkai entre maio de 1941 e junho de 1943, apesar da opressão das autoridades militares japonesas à organização.

Na quarta convenção da Soka Kyoiku Gakkai, no dia 17 de maio de 1942, ele afirmou enfaticamente:

Devemos guiar o país em direção ao bem maior.11 Isso é comparável a aterrissar na frente do inimigo. Em contraste com a forma ineficaz que os outros grupos religiosos­ efetuam as campanhas de propagação — diri­gindo-se a grandes multidões, sem que alguém se torne um praticante sério — o movimento que iniciei com um único aliado [Josei Toda] há dez anos cresceu extraordinariamente. A razão disso é o fato de termos nos baseado completamente na fé e demonstrado provas reais do benefício de nossa prática budista mutuamente. Observando o progresso que edificamos até agora, acredito que, no futuro, mediante nossos dedicados esforços, poderemos contribuir positivamente para o bem-estar de nossa família e da sociedade e inclusive alcançar o kosen-rufu.12

Em meio a um período turbulento, o Sr. Makiguchi nunca parou de empreender ações em prol do kosen-rufu. Além disso, seu ponto de partida sempre consistia em concentrar esforços em cada pessoa. As reuniões de palestra compõem o único caminho para desenvolver pessoas com um sólido compromisso em relação à fé.

A Soka Gakkai é a organização para o kosen-rufu

Inspirados pela profunda compaixão de Daishonin de conduzir todas as pessoas à iluminação, associados da Soka Gakkai no mundo inteiro estão se empenhando incansavelmente pelo kosen-rufu para ajudar a todos a se tornarem felizes. Cada membro, portanto, é um devoto do Sutra do Lótus dos Últimos Dias da Lei e um bodisatva da terra.

Hoje, nossa rede Soka se estendeu para 192 países e territórios precisamente porque nossos integrantes estão, fielmente, dando continuidade à grandiosa luta dos bodisatvas da terra pela qual Daishonin se levantou só para concretizar o desígnio do Sutra do Lótus, o juramento original de Shakyamuni.

Os diálogos de pessoa a pessoa, de coração a coração, que se iniciaram com a proposta do Sr. Makiguchi de se promover “reuniões­ de palestra que oferecem provas experimentais da validade de uma vida de bem maior”, agora são realizados alegremente nas reuniões de palestra da SGI espalhadas pelo mundo todo.

Em 2013, o Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu Mundial foi concluído [em Shinanomachi, Tóquio, Japão]. Um fluxo constante de jovens conscientes de sua missão como bodisatvas da terra prossegue emergindo, e o som da recitação do Nam-myoho­-renge-kyo imbuída do espírito de união de “diferentes em corpo, unos em mente” ecoa por todo o planeta azul. Diálogos de amizade, espalhando as sementes da Lei Mística, se desenrolam por todos os cantos.

A Soka Gakkai será, para todo o sempre, uma organização dedicada ao kosen-rufu, um grupo que compartilha e propaga amplamente o ensinamento correto.

O Sutra do Lótus afirma: “As sementes do estado de buda brotam como resultado da relação [entre as pessoas] e, por essa razão, eles [os budas] pregam o veí­culo único [a Lei Mística]” [LSOC, cap. 2, p. 75] (cf. WND, v. I, p. 1117).

Com o ato de falar aos outros sobre a Lei Mística, plantamos a semente da felicidade em sua vida, uma causa que ativa a natureza de buda dentro deles. Não existe prática budista mais nobre do que essa.

O Dr. Karel Dobbelaere, ex-presidente da Sociedade Internacional para a Sociologia da Religião, expressou: “O Budismo Nichiren define-se como o ‘Budismo da Semeadura’, indicando ser sempre possível realizar uma nova causa que produzirá um novo efeito. Graças à prática, os seguidores podem ‘transformar veneno em remédio’ — ou seja criar valor, não obstante qual seja o seu carma”.13

Compartilhar experiências da fé e convicção na prática budista

O kosen-rufu se inicia mediante o ato de cada membro se dedicar ao diálogo. É importante que compartilhemos honestamente nossas experiências da fé e nossa convicção na prática budista. Com palavras sinceras, provenientes do nosso sentimento mais profundo, estamos plantando as sementes da esperança e da felicidade no coração dos nossos amigos. Aqueles com quem conversamos podem não ter consciência dessas sementes que estão sendo plantadas. Contudo, se continuarmos respeitando-os e valorizando-os, orando pela felicidade deles, nossas orações com certeza produzirão frutos. Quando se depararem com alguma encruzilhada na vida, talvez se recordem do que lhes dissemos. Lembro-me de uma orientação eternamente válida do meu mestre: “Quando compartilhamos o Budismo Nichiren com alguém, [mesmo que a pessoa não venha a abraçar a fé] a confiança permanece”.

A fé na Lei Mística é a bússola que nos mostra o rumo certo na vida.

Em junho deste ano [2015], serão realizadas animadas reuniões em pequenos grupos da Divisão Feminina (DF) por todo o Japão. A filosofia Soka é propagada mediante diálogos de coração a coração, por diálogos que promovem a compreensão e a confiança. Esses encontros em pequenos grupos organizados por integrantes da DF são microcosmos de harmonia humana.

Somos todos bodisatvas da terra que nasceram juntos nesta época para plantar as sementes da Lei Mística no coração de uma pessoa após a outra e consolidar a nossa própria felicidade, bem como a de outras pessoas.

Com o orgulho de ser protagonistas do kosen-rufu dos Últimos Dias da Lei, cumpramos corajosa e convictamente nossa missão como bodisatvas da terra.

Publicadas em junho de 2015 na revista Daibyakurenge.

NOTAS:

1. Refere-se à era de “conflitos e disputas em que a Lei pura se tornará obscura e se perderá”; uma descrição que consta originalmente no Sutra da Grande Compilação. O sutra prediz que no quinto período de quinhentos anos após a morte do Buda — a era correspondente aos Últimos Dias da Lei — escolas budistas rivais brigarão interminavelmente entre si e o ensinamento correto de Shakyamuni se tornará obscuro e se perderá.

2. Consulte a nota imediatamente anterior.

3. “Três poderosos inimigos”: Três tipos de pessoas arrogantes que perseguem aqueles que propagam o Sutra do Lótus na era maléfica após a morte do buda Shakyamuni, descritos na parte em versos que conclui o capítulo “Encorajamento à Devoção” (13º) do Sutra do Lótus. O grande mestre Miaole da China os resumiu como: 1) leigos arrogantes; 2) sacerdotes arrogantes e presunçosos; e 3) sacerdotes arrogantes respeitados como sábios.

4. Ryokan (1217–1303): Também conhecido como Ninsho. Um sacerdote da escola Preceitos-Palavra Verdadeira no Japão. Sob tutela do clã Hojo, Ryokan tornou-se prior do templo Gokuraku-ji em Kamakura. Ele implementou vários projetos de bem-estar social, entre os quais a construção de hospitais e estradas, e detinha enorme influência tanto entre as autoridades do governo como da população em geral. Ele era hostil a Daishonin e conspirava ativamente com as autoridades para que ele e seus seguidores fossem perseguidos.

5. Em Carta de Petição de Yorimoto, Daishonin escreve: “[Enviei uma mensagem a Ryokan dizendo:] ‘Decidiremos qual ensinamento é o correto mediante esta oração por chuva. Se chover dentro de sete dias, podem acreditar que nascerão na Terra Pura pela virtude dos oito preceitos e da Nembutsu, a qual os senhores já praticam. Porém, se não chover, devem abraçar unicamente o Sutra do Lótus’. Felizes por ouvir isso, os dois entregaram a mensagem ao sacerdote Ryokan no templo Gokuraku-ji. O sacerdote Ryokan chorou de alegria e se pôs a orar...” (WND, v. I, p. 808). Ao fracassar nesse desafio, seu antagonismo em relação a Daishonin se intensificou e ele incitou os líderes do governo militar de Kamakura a perseguirem-no, o que acarretou a subsequente Perseguição de Tatsunokuchi e o exílio em Sado.

6. Em Carta para Shimoyama, citando os cinco fatores listados nas escrituras budistas como as razões pelas quais as orações por chuva não são respondidas, Daishonin escreve: “Com essas passagens das escrituras como nosso espelho, vejamos o que elas nos mostram sobre a verdadeira natureza do sacerdote Dois Fogos [Ryokan]. Elas revelam claramente aquilo que ele é. 1) Embora tenha reputação de ser um cumpridor dos preceitos, na verdade, a conduta dele é promíscua; 2) é ganancioso e avarento; 3) é invejoso; 4) nutre visões errôneas; e 5) é lascivo e desregrado. Todos os cinco fatores se aplicam a ele” (WND, v. II, p. 693-694).

7. A passagem de Carta para Shimoyama citada por ele afirma: “Aqueles que são vistos pelo mundo como pessoas de sabedoria estão convencidos de que dominam profundamente os conceitos de tempo e capacidade. No entanto, optam pelo bem menor e põe de lado o bem maior; confiam em sutras provisórios e desprezam o sutra verdadeiro [o Sutra do Lótus]. Consequentemente, o bem menor deles se torna, ao contrário, um grande mal, o remédio deles se transforma em veneno, quando deveriam agir como um parente próximo, comportam-se como inimigos mortais. Tal procedimento é, de fato, difícil de remediar” (WND, v. II, p. 685).

8. Traduzido do japonês. MAKIGUCHI, Tsunesaburo. Makiguchi Tsunesaburo Zenshu [Coletânea das Obras de Tsunesaburo Makiguchi]. Tóquio: Daisanbunmei-sha, v. 10, p. 41, 2000.

9. Hei no Saemon-no-jo (m. 1293): Também conhecido como Hei no Saemon-no-jo Yoritsuna. Importante oficial no clã Hojo, o governo de fato do Japão durante o período Kamakura. Ele serviu a dois sucessivos regentes — Hojo Tokimune e Hojo Sadatoki — e detinha enorme influência, como subchefe do Posto de Comando Militar (sendo o chefe o próprio regente). Colaborou com Ryokan, o sacerdote prior do templo Gokuraku-ji, e outros sacerdotes influentes das escolas budistas estabelecidas da época, para perseguir Daishonin e seus seguidores.

10. Traduzido do japonês. MAKIGUCHI, Tsunesaburo. Makiguchi Tsunesaburo Zenshu [Coletânea das Obras de Tsunesaburo Makiguchi]. Tóquio: Daisanbunmei-sha, v. 10, p. 151, 2000.

11. “Bem maior” indica o valor mais elevado na teoria do valor de Makiguchi, fundamentada no belo, no benefício e no bem.

12. Traduzido do japonês. MAKIGUCHI, Tsunesaburo. Makiguchi Tsunesaburo Zenshu [Coletânea das Obras de Tsunesaburo Makiguchi]. Tóquio: Daisanbunmei-sha, v. 10, p. 147-148, 2000.

13. Extraído de uma palestra do Dr. Karel Dobbelaere intitulada “Some Thoughts on Soka Gakkai, with a Special Reference to SGI” [Algumas Considerações sobre a Soka Gakkai e, em especial, sobre a SGI”, em tradução livre], proferida durante a Série de Palestras Culturais Seikyo, realizada no Centro Internacional Josei Toda, em Tóquio, em 10 de dezembro de 1999.

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